Na véspera da final do Mundial de Clubes entre Fluminense e Manchester City, o técnico Pep Guardiola ignorou as declarações polêmicas do jornal Telegraph, da Inglaterra, que chamou o Tricolor de "time de aposentados". O treinador espanhol preferiu focar nas qualidades do Fluminense e destacou o estilo de jogo peculiar de Fernando Diniz, algo inédito para o City:
"Não vou falar nem um segundo e nem me preocupar com o que a mídia disse sobre o jogo de amanhã. Sei exatamente o talento e a qualidade do Fluminense e o que eles podem fazer com isso. É a Copa do Mundo para os times sul-americanos, como para argentinos e brasileiros, colombianos, uruguaios. Sei que seria uma verdadeira final dupla como sempre foi desde todas as vezes que joguei esse tipo de competição e estamos indo em frente. Então, eu conheço meus jogadores, eles são respeitados porque tudo o que eles fazem é muito bom", afirmou.
Guardiola ressaltou o estilo de jogo do Fluminense, comparando-o ao típico do Brasil nas décadas de 70, 80 e início dos anos 90. Ele destacou a movimentação, os passes curtos e a combinação do time brasileiro. O treinador reconheceu que enfrentar um time com esse estilo será uma novidade para o City, mas destacou a necessidade de impor o ritmo e o jogo posicional da melhor maneira possível:
Leia também: Jornal inglês compara Fluminense a equipa de... reformados"Eles jogam o estilo típico do Brasil da década de 70, 80, início de 1990, 94, quando venceram a Copa do Mundo nos Estados Unidos. Agora, novamente, eles jogam "cadê a bola?", os passes curtos, a combinação é muito boa, o um contra um, o físico. Temos que estar atentos ao quanto correr atrás da bola. Pela forma como jogam, exigem muito esforço. Precisamos aceitar que vamos jogar contra um time atípico. Do jeito que jogam, nunca enfrentamos, nunca enfrentamos antes. Não é posicional, eles se movem muito, a bola está sempre ali, com jogadores por perto, a bola se movimenta, e os jogadores vão junto. Temos que impor nosso ritmo e nosso jogo posicional da melhor maneira possível. E fazer uma boa atuação. Ser resiliente no momento ruim será difícil vencer a final", admitiu.
O técnico também falou sobre a experiência de alguns jogadores do Fluminense, elogiando a capacidade de controlar as emoções em situações de pressão. Guardiola reconheceu a dificuldade de chegar ao Mundial de Clubes e ressaltou a importância do título inédito para o Manchester City:
"A gente tenta nessas horas depois do jogo assistir ao máximo o Fluminense para entender o que eles querem fazer com a qualidade que eles têm, com o Martinelli, com o André, com a experiência do Felipe Melo, com as experiências do Marcelo, com o goleiro Fábio. Então são cinco ou seis, sete jogadores com experiência, isso significa que eles conseguem controlar perfeitamente as emoções. Chegar aqui é tão difícil. Tem que ganhar a Libertadores e a Champions League. As duas competições são muito, muito, muito difíceis. E é por isso que temos que nos preparar. É único estar aqui. Quando você ganha, fica para sempre. Premier League tem todo ano. Mas aqui não sei quando voltaremos ao Mundial de Clubes para jogar a final. Vamos nos preparar. Vamos tentar nos impor. Eles têm pontos fortes, mas temos também. Assim como eles têm pontos fracos e nós também. Vamos tentar ser nós mesmos até o final", resumiu.
A final está marcada para sexta-feira (22), às 15h (horário de Brasília), no King Abdullah, em Jedá, na Arábia Saudita.