Muricy Ramalho expressou suas opiniões francas sobre as recentes decisões da CBF, especialmente em relação à escolha do novo técnico da seleção brasileira, destacando a indecisão e a falta de um diretor técnico na entidade. Ele criticou a espera por Carlo Ancelotti e acredita que Fernando Diniz deveria ter sido mantido como técnico efetivo. Muricy também lamentou a saída de Dorival Júnior do São Paulo para assumir a seleção:
"Achei que tudo o que foi feito em relação a interino, Diniz com Ancelotti, para mim isso não existe. Uma seleção do tamanho do Brasil não pode ter interino. Para mim o Diniz tinha de continuar, tinha de ser o técnico, não esperar o Ancelotti. Maior respeito com o Ancelotti, que conhece o futebol como ninguém, mas o nosso é complicado. Acho que ele chegar aqui e ver essa bagunça, não iria querer ficar nem cinco minutos. Essa indecisão foi muito ruim para a imagem da seleção brasileira, muito ruim. Nós tínhamos um técnico, que era o Diniz, acho que ele também pensava que iria continuar depois da negativa do Ancelotti, mas também tiraram o Diniz. Aí traz o Dorival, um perfil um pouco diferente. Para a gente foi muito duro quando começaram a falar disso, foi muito difícil, porque você faz um planejamento, e aí é muito complicado", afirmou.
Ele apontou a necessidade de um diretor técnico na CBF para fazer a ligação entre o presidente e o treinador, proporcionando uma estrutura mais organizada. Muricy, ao falar sobre a escolha de Dorival Júnior, enfatizou a importância do treinador para criar um ambiente positivo e destacou as habilidades de gestão de Dorival:
"Todas essas coisas acho que não são legais, falei até para o Dorival isso, que falta um diretor técnico na CBF. O técnico está o tempo todo decidindo com o presidente. Não acho correto, ele tem que ter alguém nesse meio, o presidente é sempre quem dá a última palavra, em todo lugar. São coisas que a CBF vai ter que melhorar, não está legal. Mesmo com a ida do Dorival, ele sabe que vai ter muita dificuldade. Dorival é o cara que ajeita bem as coisas, para ambiente. Ele chegou no São Paulo, a gente estava numa situação muito complicada em relação a isso, é um cara gestor, que trata bem os funcionários, nosso time cresceu bastante com isso. Acho que na CBF também vai fazer um grande trabalho", admitiu.
No final, Muricy compartilhou suas experiências pessoais, mencionando que recusou convites para integrar a seleção brasileira como auxiliar e que assinou um contrato de três anos, tornando difícil aceitar uma oferta. Ele expressou compreensão em relação ao sonho de Dorival de treinar a seleção, mas também destacou o impacto que isso teve no São Paulo:
"Eu sou muito amigo dele, é um sonho do cara, a gente respeita, eu falei para ele legal que é o seu sonho, mas para a gente foi mau para caramba. Eu recusei a seleção, e outras vezes como auxiliar do Tite na Copa do Mundo. Cada um é cada um. Assinei contrato de três anos, para eu aceitar também é difícil. Tudo é questão de momento, o cara está em um grande momento e ele vai tentar mudar bastante, no que diz respeito à organização, de tudo, do futebol, da CBF. Agora estamos torcendo. Nos afastamos um pouco da seleção, a verdade é essa, e agora com a volta dele acho que o pessoal vai voltar a torcer para a seleção", resumiu.